Você certamente
sabe que seu filho preciso de uma alimentação equilibrada, que lhe dê todas as
vitaminas e nutrientes de que o organismo precisa para crescer forte e
saudável. Mas muitas vezes isso é difícil de conseguir.
Não entre em pânico. A maioria das crianças de 1 a 3 anos passa por uma fase em
que fica muito chata para comer.
Lembre-se do que diziam os velhos professores de pediatria: "Em casa onde
tem comida, não há criança desnutrida".
Além disso, as necessidades nutricionais da criança são menores do que quando
ela tinha menos de 1 ano.
Leia abaixo algumas dicas para ajudar
seu filho a comer melhor.
Como ajudar
meu filho a ter bons hábitos alimentares?
Fique calma. Ofereça alimentos saudáveis e nutritivos para o
seu filho, mas deixe que ele decida o quanto quer comer. Acredite, o corpo dele
sabe o tanto de comida de que precisa.
Tenha horários fixos para as refeições e para os lanches, levando em
conta a rotina de sono do seu filho durante o dia. Ofereça três refeições e
mais duas ou três de lanchinhos nutritivos. Veja exemplos de lanches saudáveis:
• frutas
• tomatinhos cereja e pedaços de queijo
• iogurte com pedaços de fruta
• um sanduíche pequeno
• cenoura, pepino ou erva-doce cru, ralado ou em pedaços pequenos, se ele já
mastigar bem
• torrada ou pão com patê ou queijo cremoso
• leite gelado batido com frutas
• um copo de leite e um pãozinho ou fatia de bolo caseiro
Evite dar de comer logo antes da hora da soneca, quando ele já está caindo
pelas de tanto sono. Se a refeição atrasou e ele já está fechando os olhos, dê
alguma coisa leve, e guarde a refeição maior para quando ele acordar. Encaixe
os lanchinhos entre as refeições. Se passar muito tempo sem a criança comer,
ela pode acabar ficando irritada de fome, o que atrapalha a paz da refeição.
Torne as refeições interessantes e divertidas. Uma das estratégias é
sempre, depois do salgado, oferecer uma sobremesa. Com isso seu filho ganha
mais uma chance de absorver nutrientes. Não é porque o alimento é doce que ele
precisa ser proibido.
Mas não vale usar a sobremesa como prêmio por comer a parte salgada da
refeição. Em tese, isso dá valor demais ao doce, o que causaria problemas no
futuro. Você vai ter de fazer um enorme esforço para não cair na armadilha,
porque usar esse artifício é quase automático.
Veja alguns exemplos de sobremesas nutritivas: pudim de leite, salada de fruta
com iogurte ou um pouco de sorvete, compotas de fruta, arroz-doce, iogurte
natural com geléia, fruta com mel (para crianças acima de 1 ano).
Coma junto com seu filho sempre que conseguir, e coma os alimentos que
gostaria que ele comesse. Crianças precisam experimentar para aprender a comer
novos alimentos, e o melhor incentivo é ver outras pessoas comendo. Faça
comentários sobre a comida durante a refeição: "Nossa, isso está uma
delícia", ou "Humm, purê de batata com carne moída é uma das minhas
comidas favoritas".
Essa fase do seu filho é uma ótima oportunidade para aprimorar os seus
hábitos alimentares e até para se aventurar mais na cozinha.
Respeite as preferências da criança. Nessa idade, começam a surgir os
gostos: há crianças que gostam da comida molhadinha, outros já preferem
alimentos secos. Outros exigem que cada tipo de comida fique separado do outro
(não pode misturar o arroz com o feijão, por exemplo). Há aqueles que têm
dificuldade para mastigar carne. Embora você deva respeitar o gosto do seu
filho, não faça uma comida especial só para ele.
Ofereça sempre a mesma coisa que o resto da família estiver comendo, mas
procure se certificar de que ele vá gostar de pelo menos uma das opções. Com o
tempo, o gosto da criança vai mudando, portanto é importante continuar
oferecendo ao seu filho a mesma comida dos adultos.
Que tipo de
comida devo dar ao meu filho?
Dê a ele, todo
dia, alimentos de todos os grupos alimentares:
1. Carboidratos
Os carboidratos são os responsáveis por dar energia ao organismo, e precisam
ser oferecidos à criança em todas as refeições, e às vezes no lanche. Alguns
exemplos: macarrão, arroz, batata, mandioca, cereal matinal e todos os
alimentos feitos com farinha, como pães, bolos e bolachas.
2. Frutas, verduras e legumes
Podem ser que demore um pouco para a criança se acostumar às verduras. Tente
oferecê-las em todas as refeições para que seu filho perceba que elas fazem
parte do cotidiano alimentar da família. As frutas já são bem mais aceitas:
ofereça-as também em pedacinhos para que seu filho coma sozinho. Elas são
ótimos ingredientes para sobremesas e para bolos caseiros, que podem ser
servidos de lanche.
3. Alimentos ricos em ferro e proteína
São eles: carne, frango, peixe, ovos e leguminosas (como feijão, grão-de-bico,
ervilha e lentilha). Devem ser oferecidos em uma ou duas refeições por dia.
Corte a carne bem pequenininha se seu filho tem dificuldade de mastigar.
Prefira cortes com menos gordura. O fígado é uma das maiores fontes de ferro.
No caso de alimentos industrializados, tais como hambúrgueres, almôndegas ou
frango empanado, verifique na embalagem não só a quantidade de gordura mas
também a de sódio. Sódio demais é prejudicial, e esse tipo de alimento costuma
exagerar na dose dê sempre preferência aos assados (GRIFO MEU).
Famílias vegetarianas devem reforçar o consumo de grãos, ovos e castanhas,
consumindo-os em duas ou três refeições por dia, para obter a quantidade
necessária de ferro. Se há alguém alérgico na sua família, é aconselhável
esperar até a criança ter 2 ou 3 anos para dar castanhas (amêndoas, nozes,
amendoim etc.).
O ferro é mais bem absorvido quando consumido junto com a vitamina C. Por isso,
um bifinho de fígado com suco de laranja é uma grande pedida.
4. Leite, queijo e iogurte
Ofereça leite e derivados ao seu filho mais ou menos três vezes ao dia. Os
derivados de leite garantem o cálcio necessário para o crescimento dos ossos,
mas têm pouquíssimo ferro. Entre 1 e 3 anos, as crianças precisam de menos
leite do que antes do primeiro aniversário.
O total do dia pode ser de cerca de 350 ml. Por isso, não dê mamadeiras cheias.
Faça um esforço para dar menos quantidade. O problema de tomar muito leite é
que não vai sobrar muito apetite para os outros alimentos, principalmente os
ricos em ferro.
Se você estiver amamentando, continue. Caso já tenha desmamado seu filho, a
partir de 1 ano não será mais necessário usar fórmulas especiais , você pode
dar o leite comum.
A s crianças devem tomar leite integral (tipo A) até os 2 anos de idade. Depois
disso, é possível passar para o tipo semidesnatado ou leite tipo B, desde que
ela esteja se alimentando e se desenvolvendo bem. Nunca dê leite desnatado,
light ou tipo C para seu filho, até ele ter pelo menos 5 anos, exceto sob
orientação expressa do pediatra.
Existem fórmulas em pó que contêm leite integral e são fortificadas com ferro e
vitamina. Você pode optar, junto com o pediatra, em dar uma dessas fórmulas, se
seu filho não se alimentar muito bem. Nessa idade, não é incomum que crianças
acabem ficando com um pouco de anemia por deficiência de ferro.
E para
beber?
Ofereça entre seis
e oito copos pequenos de bebida durante o dia, um junto com cada refeição, junto
às refeições principais de um intervalo para não acostumar a comer sempre
bebendo, o que atrapalha ele a comer melhor e também na digestão(GRIFO MEU) e cada lanchinho. Pode ser que ele precisa beber mais
nos intervalos, principalmente em dias quentes ou se estiver fazendo bastante
atividade física. Nessa idade, a desidratação ainda acontece bem rápido.
Vá tentando eliminar as mamadeiras, trocando –as por copos comuns ou com tampa.
A mamadeira faz com que a criança demore mais para beber e aumenta a exposição
dos dentes aos açúcares das bebidas (até do leite puro), o que pode causar
cáries ou corrosão do esmalte dos dentes. Mas você pode manter a amamentação
sem problemas. Para facilitar sua vida, uma dica é estabelecer horários mais ou
menos fixos para a mamada (ao acordar e antes de dormir, por exemplo).
Entre as refeições, prefira dar água ou leite. Água de coco também é uma boa
opção. Guarde o suco de fruta para as refeições maiores, e escove os dentes da
criança depois, pois a acidez das frutas pode ser prejudicial. Sucos
industrializados contêm bastante açúcar e podem "roubar" o apetite do
seu filho, além de ser ruim para os dentes. Tente diluir um pouco esse tipo de
suco, misturando-o com água sempre que possível.
Há algum
tipo de comida que devo evitar ou limitar?
Alimentos
gordurosos ou com muito açúcar são úteis porque dão bastante energia à criança, mas devem ser
oferecidos em quantidades pequenas. Entre eles estão manteiga, margarina, óleo,
bolachas recheadas, sorvete. A gordura trans é ainda mais prejudicial. Evite.
Se seu filho não é lá muito ativo, você pode pensar em limitar ainda mais os
alimentos gordurosos, para que ele não fique acima do peso.
Doces e chocolates podem ser dados de vez em quando, em ocasiões
especiais, mas prejudicam os dentes se forem consumidos com frequência entre as
refeições. Também tiram o apetite da criança, que deixa de comer outros
alimentos mais saudáveis.
Comida muito salgada. O excesso de sódio não faz bem, e sal é questão de
costume. Se você acostumar seu filho com muito sal, ele vai gostar de comida
salgada o resto da vida. Existem alguns alimentos muito carregados em sódio.
Veja a seguir algumas dicas:
• Salgadinhos: dê no máximo uma vez por semana.
• Não acrescente sal à comida na mesa.
• Use outros temperos além do sal para dar sabor à comida.
• Cuidado com alimentos industrializados, como caldos prontos, sopas de
saquinho, congelados e temperos. Observe a embalagem e verifique o número em
porcentagem. Se o número relativo ao sódio for muito maior que todos outros, o
alimento provavelmente tem sódio demais e deve ser dado em pequenas quantidades,
ou até evitados (GRIFO MEU).
Peixes gordurosos, como sardinha, salmão, truta e atum fresco, são uma
ótima fonte de ômega 3 e vitaminas A e D, mas não devem ser oferecidos mais que
duas vezes por semana para crianças entre 1 e 3 anos de idade, por conterem
toxinas que podem se acumular no corpo.
Nozes e castanhas: crianças que tenham familiares que sofram de asma,
dermatite ou alergias alimentares devem esperar, por precaução, até os 2 ou 3
anos para experimentar amendoim, pasta de amendoim, amêndoas, nozes, avelãs. Há
certa controvérsia sobre se essa medida reduz o aparecimento da alergia, mas
pelo menos a criança já é maior e pode se expressar melhor em caso de reação.
Em dúvida, converse com seu pediatra.
Adoçantes: embora eles tenham sido testados, é melhor evitar seu uso,
quando possível, em crianças pequenas, por precaução. Evite sucos ou refrigerante
tipo diet e light.
Existem
alimentos que fazem mal?
• Ovos crus e
frutos do mar podem causar intoxicação alimentar em crianças pequenas, porque a
imunidade delas é menor. Prefira dar ovos bem cozidos, com a gema dura, e evite
sobremesas, como mousses, que usem claras cruas.
• Alguns tipos de peixes grandes, como cação e tubarão, não devem ser
consumidos por crianças, porque acumulam substâncias tóxicas como o mercúrio.
• Castanhas e amendoins inteiros não devem ser dados antes dos 5 anos por risco
de a criança engasgar. É preciso tomar cuidado também com o milho não-estourado
da pipoca.
• Chá e café devem ser evitados porque reduzem a absorção de ferro dos
alimentos.
Preciso dar
vitamina ao meu filho?
A suplementação
com vitamina A e D e com ferro deve ser decidida pelo pediatra caso a caso,
levando em conta a alimentação da criança e até a região do país em que ela
vive. O Ministério da Saúde recomenda a suplementação com ferro até no mínimo
os 18 meses, ou seja, 1 ano e meio, para evitar a anemia.
Em regiões consideradas de risco, o governo promove a administração de
"megadoses" semestrais de vitamina A às crianças de até 5 anos.
Converse com o pediatra ou informe-se na Unidade Básica de Saúde que você
utiliza.
As farinhas de trigo e de milho no Brasil já são enriquecidas por lei, e há
vários outros produtos industrializados ricos em vitaminas e ferro, como as
fórmulas infantis, cereais matinais, alguns leites longa-vida etc.
Se seu pediatra é particular ou de convênio, converse com ele sobre a
necessidade da suplementação com vitamina e ferro.
ATENÇÃO: Procure um Nutricionista! Ele pode de dar dicas de
alimentação para o melhor desenvolvimento de seu filho.
VIVIANE MARQUES – NUTRICIONISTA
Fonte:
BABY CENTER